quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Maragojipinho - BA

Hoje vou falar um pouco do que há fora de Ilha de Boipeba.
Eu e Giuliano fomos conhecer a cidade de Maragojipinho. Fica há 1 hora de carro de Valença.
Carro?! Sim! Nossa....há meses não entrávamos num carro ahahahaha
Uma cidade muito antiga, pequenina e famosa por seu artesanato de cerâmicas. Tão antiga que já atendia Salvador no tempo colonial. A população vive somente deste artesanato. Pessoas do mundo inteiro compram aqui.
Ao chegar, vamos direto para esta pracinha central, de onde  se pode visitar todos os artesãos.
Tirei umas fotos para ilustrar melhor.
Daqui, você encontra várias ruelas e em todas elas, mais artesãos.
O primeiro passo: fazer a massa. A cada amassada, ele tira pedregulhos para que a argila fica mais pura e não estrague a peça. 
Perguntei para este homem, quantas horas ele trabalha e ele respondeu, com a maior lógica do mundo: 8 horas!
E ele já é vovô!!! Na foto não se vê, mas ao lado dele estava seu netinho, com menos de 5 anos, aprendendo o ofício do avô.
Depois ele passa a massa para o artesão produzir as mais variadas peças.
E então, com o forno preparado, eles colocam as peças para queimar por noite adentro.
Colocam as peças cuidadosamente, uma em cima da outra e fecham com os cacos para abafar o calor.


E então, depois de prontas, são pintadas.


E encaminhadas para lojas de lá e do mundo inteiro. Ou, seguem por barcos para outras cidades vizinhas.

Compramos várias peças para o nosso restaurante www.samburademorere.blogspot.com como potes, panelas, etc. Mas há uma infinidade de artesanato decorativo e utilitário. E os preços são ótimos!
Vale à pena conhecer o lugar e o trabalho dessas pessoas. 

Morar numa ilha não significa nunca sair dela! rsrsr

EU_descobrindo a 25 de março (rua paulistana) 
em Maragojipinho! 

domingo, 23 de outubro de 2011

Um dia de terror!

Todos que me conhecem um pouquinho sabem que eu não gosto de cozinhar, ou melhor, eu nem sei!
Mas na nova vida corro alguns riscos... e passei uns “perrengues” assustadores!

O Giu  não estava em casa e chegou um pescador com uma bacia enorme, cheia de siri azul. 

Até aí tudo bem. Peguei, paguei e, quando ia levando para a cozinha, o pescador falou: “ô patroa, tem que cozinhar agora se não estraga, tá?”

O QUE??????????????????
Berrei desesperadamente por dentro. Ecoou por todos os meus poros e vi um risinho na face deste pescador. Deu vontade de tacar um anzol na boca dele!
Respirei fundo mil vezes, chacoalhei as havaianas (aqui não usa camisa para arregaçar as mangas) e liguei para o Giu perguntando o que fazer!

Ele, como quem ensina alguém a respirar falou: coloca na água e deixa ferver.
Eu: Mas eles estão VIVOS!
Ele: num silêncio mortal, ignorando minha angústia culinárica apenas repetiu: É só colocar para ferver.
Eu: respirei mais um milhão de vezes, com o coração disparado (igual a quando uma mulher dá de cara com uma barata, exatamente essa sensação!).
Peguei a pinça mais comprida que tinha na cozinha ( para mim era curtíssima) e pincei um a um para jogar na panela. Simples assim? Tá brincando! Foi um berro e mil arrepios a cada um que eu pegava. E a pinça tem uns 30 centímetros, mas o maldito siri azul ainda me encarava e direcionava sua pata gorda para o meu lado. E assim prossegui com cada um dos 12 siris.

Acho que cheguei a ser um caso médico complicado nesses longos minutos. Devo ter tido taquicardia, falta de ar, hipertensão, síndrome do pânico, alergia e, para piorar, no final, quando finalmente consegui fechar a tampa da panela  (que não parava de se mexer com esses bichos tentando escapar), quase entrei em depressão ao ver o último olhar daqueles olhos pendurados feito antenas, me fitando e dizendo: VOCÊ É UMA PESSOA MUITO MÁ!

Nem comida morta eu faço, imagina viva?!
HUMPF! Que seja a primeira e única vez!

Porém, noutro dia -  e parece que os pescadores escolhem o dia em que o Giu não está em casa - veio outro pescador e trouxe uma sacola de lagostas. VIVAS, CLARO! E DE NOVO! O que eu fiz? Fui esperta e disse:
Desculpa moço, mas nossa geladeira está lotada de lagostas e não precisamos mais. (prefiro levar uma bronca do Giu do que pegar nessas coisas novamente!).

Não sei até quando vou conseguir enrolar o Giu e os pescadores, mas vou tentando!!!

sábado, 22 de outubro de 2011

Parece difícil, mas NÃO É!

Apesar da aventura de fazer compras parecer um drama, não é e nem dificulta a nossa vida.
Tudo isso faz parte do novo estilo de vida por qual optamos.
Para quem anda de ônibus, andar de lancha seria um sonho!
Para quem só anda de carro, não ter trânsito seria o paraíso.
Quem faz compras em hipermercados e depois tem que carregar tudo para dentro de casa, outra dica: a gente vai fazendo as compras, um fiel escudeiro pega tudo, coloca no barco (uma espécie de cargueiro), o carregador do barco traz até a nossa cozinha. É ou não é uma enorme mordomia?!
Tudo parece assustador para quem não está aqui, vivendo o nosso dia a dia, num ritmo totalmente diferente, na tranquilidade de um local com ZERO de violência e uma comunidade que está sempre pronta a ajudar os outros.
Brincadeiras à parte, nestes posts que publico, estamos amando viver aqui!

Vamos às compras!


É simples, ou pelo menos, mais simples, depois de nos acostumarmos.
Fundamental, como já disse, e ter uma despensa organizada e uma lista de compras pois não dá para pegar o carro e dar um pulinho no mercadinho para ir buscar o feijão que você esqueceu de comprar para a sua feijoada!

Para isso, acordamos antes do sol raiar, pegamos o trator das 5h e seguimos para o porto. De lá, com a reserva feita antes, pegamos a lancha das 6horas, até Valença, a cidade portuária e onde todos fazem as compras.
A lancha, para nós, é o ônibus coletivo dos que moram no continente. A diferença é que você sempre tem lugar para sentar, é arejado, você não fica escutado o IPOD do carinha ao lado no último volume e a paisagem durante o caminho é fantástica. Além de nunca, nunquinha pegar trânsito!

Este é o Porto de Boipeba, aquele mesmo que vocês viram no post da chegada de minha mãe. 
O Trator vocês também já viram aqui. Então, agora eu vou apresentar a nossa condução coletiva e o caminho que percorremos.
Coloquem as boias e vambora!!!



A Lancha e o Piloteiro

Design interno

O Conforto

A paisagem que nos acompanha durante 
toda a viagem até Valença.

Chegamos ao Porto de Valença!

Saguão de Embarque e Desembarque

Agora é só fazer as compras, e voltar pelo mesmo caminho!

Querem saber se as compras vão na mesma lancha? 
Claro que não! Mas isso é outra história!